sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CONSTRUIR A UNIDADE PARA ENFRENTAR OS ATAQUES!

  



 


 
   Os desdobramentos pós eleições sinalizam um fortalecimento da direita, esse fortalecimento está intimamente relacionado ao crescimento da consciência mais conservadora no país. A eleição do congresso mais conservador desde 64, o quase retorno do PSDB à presidência da república e o fortalecimento eleitoral de políticos reacionários como Bolsonaro, Feliciano e Malafaia são expressões desse momento. Esse desenvolvimento da conjuntura faz parte dos desdobramentos de Junho de 2013, que ao não apresentar uma saída pela positiva, teve o desenvolvimento de alguns elementos reacionários na conjuntura.

    Dentro do campo da direita, setores mais reacionários organizaram ações pelo retorno da ditadura militar. Essa possibilidade é quase nula, por vários aspectos:

    1) A conjuntura política que vive a Europa e EUA - que obrigatoriamente deve ser um ponto de apoio para políticas dessa similaridade - se encontra em um momento de instabilidade e lutas, combinado com um forte sentimento anti-imperialista a partir da ocupação do Iraque.

   2) Os setores que impulsionam essas manifestações são completamente isolados politicamente, tanto da burguesia quanto do próprio exército.

     3) O governo do PT não apresenta nenhuma ameaça aos setores do capital nacional e internacional.

    Por isso achamos um equívoco o raciocínio que alguns setores do movimento fazem a cerca de um possível golpe da direita. A conjuntura mais à direita, que em nossa opinião existe, se refletirá essencialmente na postura do próprio governo Dilma. Via de regra, as instituições do Estado podem adotar variadas nuances em suas características, refletindo a correlação de forças na sociedade.  Por isso uma das principais expressões dessa conjuntura na realidade será um governo mais à direita.

   A futura composição dos ministérios do segundo mandato de Dilma é uma clara demonstração da postura do governo no próximo período. Atual presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Kátia Abreu é conhecida como “Miss Desmatamento” ou “Rainha da Motosserra" será ministra da agricultura. Em 2013, ela apresentou  ao Senado a PEC 45, que suspende processos demarcatórios de terras indígenas que incidem sobre propriedades invadidas. Também foi relatora da MP da Grilagem (Medida Provisória nº 458/2009), que legalizou a invasão de terras públicas na Amazônia Legal.  

     Já na pasta do Ministério da fazenda a proposta é que assuma Joaquin Levy, que deixa o posto de diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco, para aplicar o receituário neoliberal na economia brasileira.

  Essa sinalização política de Dilma se materializará em ataques aos trabalhadores. A própria CUT apresentou a proposta de redução de salários e jornada em “eventuais” momentos de crise, que segundo o presidente da CUT,  Vagner Freitas, seria uma “importação” do modelo europeu ou seja corte nos direitos para garantir o lucro dos patrões. Mesmos com inúmeros incentivos fiscais para grandes empresas querem colocar nas costas dos trabalhadores os resultados negativos da economia.

  Entendemos que para enfrentar essa conjuntura é necessária uma profunda unidade dos setores combativos do movimento. A existência de inúmeras centrais/agrupamentos sindicais: CSP, Intersindical, Intersindical Vermelha, Unidos pra Lutar e setores de oposição no interior da CUT, não contribui em nada para dar respostas mínimas aos ataques dos empresários e governos, só contribui para uma profunda fragmentação política do campo combativo.

 Acreditamos que é preciso haver um processo de convergência desses setores. Primeiramente com uma plenária nacional que aponte um calendário de luta em comum, e que tire como indicativo um congresso para retomar o debate de unificação aos dos campos combativos do movimento sindical. 


 Só a unidade do campo combativo, pode dar uma resposta à altura dos desafios do próximo período, para barrar os ataques e avançar nas conquistas. Além de possibilitar uma unidade mínima que quebre a polarização PSDB e PT. E que tire das mãos da direita a luta contra a corrupção, tarefa que ela só defende de forma oportunista, pois quando esteve no governo foi tão ou mais corrupta.     

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